sábado, 6 de maio de 2017
Vá lá a gente entender
O problema não são as saídas à noite, é normal, faz parte, é saudável. Todos nós temos de conviver, socializar, beber um copo com os amigos.
O problema é como se fazem as coisas. A irresponsabilidade e a falta de respeito.
A saída estava combinada desde quarta feira. O mainovo perguntou se podia ir, a maivelha nem no assunto falou.
Foi convidada mas disse logo que não queria ir.
Quando cheguei do trabalho, estava deitada, perguntei-lhe se ia sair com os primos, respondeu que não.
Quando cheguei do ginásio, estava vestida, arranjada e maquilhada. Mudou de ideias e nem ao trabalho de me telefonar. Ainda bem que cheguei mais cedo, caso contrário seria informada da mudança de planos por mensagem.... ficou em casa. Não porque eu, tivesse dito que não autorizava a saída, mas porque tem mau feitio e não gosta que a chamem à razão.
A única coisa que lhe disse foi, que a proxima vez que mudar de ideias tem de me informar, caso contrário, fica em casa.
O mainovo saiu com a prima, ainda foram a Esch de carro buscar um amigo. A quem perguntei, como iria depois para casa, e respondeu, não se preocupe madame ! Eu queria lá saber como o puto ia para casa, a minha preocupação era que o meu, não se lembrasse de o ir levar, depois de uns shots enfrascados. É que esta treta do " eu não bebo" é poeira para os olhos dos pais.
Já tivemos a idade deles...
" O mais tardar, às três horas em casa " simples assim.
" não te preocupes tia, eu disse à minha mãe que às duas estamos em casa"
Pois ... finge que acreditas !
Às três horas estavam, tranquilamente, à espera do autocarro.
Às três e vinte e dois minutos estavam, tranquilos no burguer king a comer qualquer coisa.
Às três e trinta e dois minutos estavam, na boa, o amigo foi buscar àgua.
Às três e quarenta e seis da matina entram em casa.
Acendi a luz ...
A carolina nem a vi. Enfiou-se no quarto. O Miguel levou um raspanete que àquela hora entrou a 100 e saiu a 200... o Rossi ficou quieto e calado, só tinha comboio às cinco da manhã.
A saida do Rossi às quatro e quarenta e cinco da manhã foi tudo menos sorrateira. Enquanto no quarto todos roncavam,eu tive de me levantar para o deixar sair, algo de inédito aconteceu no prédio e decidiram fechar a porta da entrada à chave.
Enquanto descia e subia o telemóvel tocou. Desligaram. Era a minha irmã. Liguei e voltei a ligar e o telefone sempre interrompido ... estranho.
Aninhei-me, todos em casa, finalmente poderia descançar.
Toca o telefone de casa ...
" foda-se!... eu não acredito nisto ... cinco e meia da manhã. "
Era a minha irmã, aflitíssima porque tinha recebido uma mensagem da filha, às duas da manhã a dizer que estavam a ir para casa e depois disso, silêncio total.
Três horas a ligar a estas duas criaturas... sem obter resposta ou um retorno de chamada.
E é aqui que uma simples saída entre primos e amigos toma um contorno extremamente grave.
Uma mentira. O porquê da mentira ?
Somos uns pais tão pouco receptivos, século passado, retrôgados, que seja necessário recorrer a elas ?
Sempre que liguei ao Miguel ele atendeu e respondeu às mensagens, porque agiu de forma diferente com a tia ?
E a Carolina ?
Certo, eu não os deixo sair com frequência, tudo tem peso, conta e medida. Mas isso não faz de mim uma má mãe. Aliás, desconfio dos pais que dizem que sim a tudo aos filhos.
Sim, sou chata ! Telefono para caraças. Quero saber onde estão, com quem estão, e acredito que seja a verdade a resposta que me dão.
Dou-lhes liberdade. Deixo-os soltos. Mas com regras. E será sempre assim, tenham eles a idade que tiverem.
Claro que não vou deixar passar esta situação sem ser falada, a Carolina e o Miguel têm que a esclarecer.
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